
- Maio 12 2025
- Dra. Marcella Costa
Rosácea: O que é?
Entenda Essa Condição de Pele e Como Cuidar Melhor Dela
Se você já notou seu rosto ficando vermelho com facilidade, sentiu ardência ou percebeu pequenas bolinhas inflamadas que parecem espinhas, pode ser que você tenha rosácea. Mas fique tranquilo: apesar de ser uma doença crônica, com o tratamento certo e alguns cuidados no dia a dia, é possível controlar bastante os sintomas e melhorar a aparência da sua pele.
Hoje vamos falar sobre que é a rosácea, por que ela acontece, como nosso corpo (mais especificamente, nossos vasos sanguíneos e sistema imunológico) reage de maneira exagerada a certos estímulos, e ainda sobre aquela genética que a gente herda sem nem pedir.
Vem comigo entender mais!
Afinal, de onde que vem a Rosácea?
A rosácea é uma condição inflamatória crônica da pele que afeta principalmente o rosto — especialmente as bochechas, nariz, queixo e testa. Ela é conhecida por causar vermelhidão persistente, sensibilidade, sensação de calor, vasos sanguíneos dilatados (aqueles vasinhos fininhos que ficam visíveis) e, em muitos casos, pequenas lesões inflamadas que lembram acne.
O que torna a rosácea diferente é que, mesmo quando parece que tudo está calmo, vários fatores internos e externos podem desencadear uma piora repentina. Mudanças de temperatura, alguns alimentos e bebidas, estresse e até desidratação (falaremos mais sobre isso em breve) podem funcionar como um "gatilho" para o problema.
Mas o que acontece exatamente dentro da nossa pele para que esses fatores causem tanta reação? Vamos explicar!
Desregulação da Resposta Neurovascular: O Que Isso Significa?
Imagine que sua pele tenha uma espécie de “termostato” que controla o fluxo de sangue nos vasos para manter a temperatura ideal. Em quem tem rosácea, esse termostato é meio temperamental: responde de forma exagerada a estímulos externos.
Essa resposta anormal é chamada de desregulação neurovascular.
Basicamente, os nervos que controlam os vasos sanguíneos da pele enviam sinais mais intensos do que deveriam. Resultado? Os vasos dilatam além da conta, provocando aquele vermelhidão tão típico da rosácea. E não é só a vermelhidão: junto dela podem vir uma sensação de ardência, queimação e inchaço.
Esse comportamento exagerado também explica por que pequenas mudanças ambientais — como sair de um ambiente com ar-condicionado para a rua quente — podem desencadear crises.
Receptores Vanilóides: Os "Sensores de Perigo" da Pele
Agora, vamos falar de um time especial de “sensores” que moram na nossa pele: os receptores vanilóides (também conhecidos como TRPV — Transient Receptor Potential Vanilloid).
Esses receptores são como detectores de perigo, ativando respostas quando percebem coisas como calor excessivo, alimentos muito picantes ou até alguns compostos químicos. E adivinhe: na rosácea, eles são superativos.
Quando esses receptores detectam algo "estranho", eles disparam uma cascata de sinais que levam à dilatação dos vasos e à inflamação. É como se eles gritassem "emergência!" o tempo todo, mesmo quando nem seria necessário.
É por isso que alimentos condimentados, pimentas e bebidas alcoólicas (principalmente vinho tinto!) são tão famosos por piorar a rosácea (leia mais sobre gatilhos alimentares aqui).
Alterações Imunológicas: Quando o Sistema de Defesa Também Exagera
Outro componente-chave da rosácea é a disfunção imunológica. Normalmente, o sistema imunológico serve para nos proteger de infecções e outros danos. Na rosácea, ele também age de forma exagerada.
Por exemplo, pesquisas mostram que pessoas com rosácea têm níveis elevados de uma proteína chamada catelicidina, que, em excesso, contribui para inflamação e formação das pústulas (as bolinhas inflamadas).
Outro vilão são os ácaros da pele (Demodex)— sim, todos nós temos pequenos ácaros vivendo em nossa pele de forma inofensiva! Mas quem tem rosácea pode apresentar uma resposta inflamatória exacerbada a eles, agravando os sintomas.
Ou seja, a rosácea é resultado de uma verdadeira “bagunça” no sistema de vigilância da pele, que reage de maneira intensa a estímulos que deveriam ser inofensivos.
Predisposição Genética: A Herança que Ninguém Pediu
Se você já se perguntou “por que eu?”, saiba que a resposta pode estar nos seus genes.
Estudos mostram que a rosácea tem, sim, uma forte predisposição genética. Se alguém na sua família — pais, avós, tios — apresenta ou apresentou rosácea, suas chances de desenvolver a condição são maiores.
Além disso, a rosácea é mais comum em pessoas de pele clara, olhos claros e cabelos loiros ou ruivos, especialmente aquelas descendentes de povos do norte da Europa. Mas isso não é regra absoluta! Pessoas de qualquer cor de pele podem ter rosácea, ainda que de forma menos reconhecida e, muitas vezes, subdiagnosticada.
A vermelhidão típica da rosácea pode ser menos evidente visualmente na pele parda e negra, o que pode atrasar o diagnóstico ou fazer com que o quadro seja confundido com outras doenças de pele, como dermatite seborreica, lúpus ou até acne. Por isso, é fundamental consultar um dermatologista experiente para uma avaliação criteriosa.
Por fim, é importante lembrar que a que a rosácea não é “culpa” de uma escolha de vida. Ela acontece por uma combinação de fatores, e o melhor que podemos fazer é conhecer o problema para saber como cuidar melhor da pele.
Por Que Consultar a Dra. Marcella Costa?
A Dra. Marcella Costa, especialista em dermatologia pelo renomado Hospital Sírio-Libanês, é experiente no diagnóstico e tratamento da rosácea no bairro Itaim Bibi, em São Paulo. Sua abordagem humanizada e seu conhecimento técnico oferecem a segurança necessária para quem busca cuidar de problemas crônicos de pele.
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